domingo, 10 de fevereiro de 2013

O MONGE E O ESCORPIÃO


O MONGE E O ESCORPIÃO[1]


Certa vez um monge idoso caminhava pelas proximidades da margem de um rio, quando percebeu que um escorpião deslizara para a água e estava prestes a se afogar.
O velho monge, então, apressou-se em recolher o escorpião, todavia, no afã de salvá-lo, ousou tocá-lo e, por isso, terminou por ser ferroado.
Em razão da dor, o monge, instintivamente, largou o escorpião que tornou a cair n’água.
Recuperado do susto, o monge, então, mui diligentemente, apanhou dois gravetos e retirou o escorpião das águas, devolvendo-o à segurança do solo firme.
Então, um jovem Chela[2] que o acompanhava perguntou ao velho monge, por que salvar um ser que só possuía peçonha em si e que acabara de ataca-lo.
O Mestre prontamente respondeu: “Ele tem a sua natureza e eu tenho a minha”.
É só.



[1] Este conto é dedicado àqueles que questionam a natureza alheia e as razões de suas ações;
[2] Chela é discípulo ou noviço;

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