Assim, tinha ele fundado, em Montevidéu, diversos Grupos Místicos, que funcionavam nas noites dos diversos dias da semana. Imediatamente após ter recebido minha Iniciação, na Ermida, convidou-me a tomar parte do "Grupo Papus", que funcionava às terças-feiras, no apartamento de uma viúva e seu filho, os Discípulos, Servidora e Vivekadasa, situado à Calle Lavalleja, 1818, bem no centro da cidade. Logo de início tomei meu lugar ativo no grupo. Ao findar a primeira reunião~à qual assistira, uma das primeiras questões a surgir foi se eu tinha feito parte anteriormente, de algum grupo ou sociedade espiritualista, ao que tive que responder negativamente. Ao que surgiu a segunda pergunta: Como é que me pude adaptar imediatamente, e em plena função, ao grupo, pergunta a qual o Mestre respondeu: "Ele já fez isto antes."
Naquela época eram proibidas pela polícia uruguaia todas as reuniões espiritualistas, tudo fazia-se de modo sigiloso, o que dava às coisas feitas mais valor ainda.
Mais tarde, quando o "Grupo Papus" fora dissolvido, passei a integrar um Grupo menor e mais íntimo, e mais místico na maneira de trabalhar, e que funcionava na casa dos Discípulos Sansaradasa e Sansaradevi, num bairro operário encostado no Cerro.
Entretanto, num domingo de junho de 1952 , a Ermida do Serviço partia, em marcha lenta e puxada pelo Jeep, em direção ao norte a cumprir com seu destino. Na noite anterior reunimo-nos, quase todos os Discípulos do Uruguai e Argentina, para as despedidas, ficando a noite inteira a meditar e agir em preparação da Missão dos Mestres.
Mas, com a partida da Ermida, de repente, eu estava só. Eram os Mestres o único apoio que tinha no mundo. Tempo antes já tinha eu saído de casa, pois a família, além de não cumprir com a palavra dada de poder estudar, ainda tentava me engaiolar em gaiola de ouro: Uma vida inteira sentado numa mesa de escritório da fábrica de meias de nylon... E dei o fora. Passei a viver na casa dos Samsas e dormir no Templinho deles, em intensa atividade de treinamento de preparação de Yoga, conforme a orientação recebida do Mestre anteriormente, e por correspondência do seu sucessor e mão direita, o Mestre Vayuananda, da Argentina. Sem trabalho e sem dinheiro algum, foi um ano de dificuldades e de muita fome, até que, um belo dia, recebia uma carta do Mestre, que mudou totalmente o rumo de minha vida.
(Continua no próximo capítulo)
Boletim dos Sarvas - Janeiro/1978
Nenhum comentário:
Postar um comentário