segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Minha Vida com o Mestre Sevananda - por Swami Sarvananda segunda parte


Assim, tinha ele fundado, em Montevidéu, diversos Grupos Místicos, que funcionavam nas noites dos diversos dias da semana. Imediatamente após ter recebido minha Iniciação, na Ermida, convidou-me a tomar parte do "Grupo Papus", que funcionava às terças-feiras, no apartamento de uma viúva e seu filho, os Discípulos, Servidora e Vivekadasa, situado à Calle Lavalleja, 1818, bem no centro da cidade. Logo de início tomei meu lugar ativo no grupo. Ao findar a primeira reunião~à qual assistira, uma das primeiras questões a surgir foi se eu tinha feito parte anteriormente, de algum grupo ou sociedade espiritualista, ao que tive que responder negativamente. Ao que surgiu a segunda pergunta: Como é que me pude adaptar imediatamente, e em plena função, ao grupo, pergunta a qual o Mestre respondeu: "Ele já fez isto antes."
Naquela época eram proibidas pela polícia uruguaia todas as reuniões espiritualistas, tudo fazia-se de modo sigiloso, o que dava às coisas feitas mais valor ainda.
Mais tarde, quando o "Grupo Papus" fora dissolvido, passei a integrar um Grupo menor e mais íntimo, e mais místico na maneira de trabalhar, e que funcionava na casa dos Discípulos Sansaradasa e Sansaradevi, num bairro operário encostado no Cerro.
Entretanto, num domingo de junho de 1952 , a Ermida do Serviço partia, em marcha lenta e puxada pelo Jeep, em direção ao norte a cumprir com seu destino. Na noite anterior reunimo-nos, quase todos os Discípulos do Uruguai e Argentina, para as despedidas, ficando a noite inteira a meditar e agir em preparação da Missão dos Mestres.
Mas, com a partida da Ermida, de repente, eu estava só. Eram os Mestres o único apoio que tinha no mundo. Tempo antes já tinha eu saído de casa, pois a família, além de não cumprir com a palavra dada de poder estudar, ainda tentava me engaiolar em gaiola de ouro: Uma vida inteira sentado numa mesa de escritório da fábrica de meias de nylon... E dei o fora. Passei a viver na casa dos Samsas e dormir no Templinho deles, em intensa atividade de treinamento de preparação de Yoga, conforme a orientação recebida do Mestre anteriormente, e por correspondência do seu sucessor e mão direita, o Mestre Vayuananda, da Argentina. Sem trabalho e sem dinheiro algum, foi um ano de dificuldades e de muita fome, até que, um belo dia, recebia uma carta do Mestre, que mudou totalmente o rumo de minha vida.

(Continua no próximo capítulo)
Boletim dos Sarvas - Janeiro/1978 

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