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"Este movimento de ir para dentro e viver dentro é
    uma tarefa difícil a colocar sobre a consciência normal do ser humano; no
    entanto não há nenhum outro caminho de autodescoberta." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 1.) 
I – A DESCOBERTA DO SER INTERIOR 
"A primeira necessidade é a descoberta
    interior para saber o que se é verdadeiramente atrás das aparências
    sociais, morais, culturais, raciais, hereditárias. No centro há um ser
    livre, vasto, conhecedor, que se oferece à nossa descoberta e que deve
    tornar-se o centro agente de nosso ser, de nossa vida." (Mira
    Alfassa, “A Mãe”, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974,
    página 7.) 
"Nos homens, diz o Upanishad, o
    Auto-Existente cortou as portas da consciência abrindo-a para fora, mas uns
    poucos voltam os olhos para dentro e são estes que vêem e conhecem o
    Espírito e desenvolvem o ser espiritual." (Sri Aurobindo, Revista
    Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, páginas 7 e 8.) 
"Fica evidente que o que conhecemos de
    nós próprios, nossa presente existência consciente, é apenas uma formação
    representativa, uma atividade superficial, um resultado externo em mudança,
    de uma vasta massa de existência oculta. Nossa vida visível e as ações
    desta vida não são mais que uma série de expressões significativas, mas
    aquilo que ela tenta expressar não está na superfície; nossa existência é
    algo bem maior que este ser frontal aparente que nós mesmos supomos ser e
    que oferecemos ao mundo em volta de nós. Este ser frontal e externo é um
    amálgama confuso de formações da mente, movimentos da vida, funcionamentos
    físicos, e mesmo uma análise exaustiva e ordenadora de suas partes
    componentes e mecanismo falha em revelar o segredo inteiro. É somente
    quando vamos atrás, abaixo, acima, penetrando as extensões escondidas de
    nosso ser, que podemos conhecê-lo; a mais cuidadosa e aguda investigação e
    manipulação de superfície não pode nos dar o entendimento verdadeiro ou o
    controle completamente efetivo de nossa vida, de seus propósitos, suas atividades;
    e de fato, essa inabilidade é a causa do falhar da razão, da moralidade e
    de toda outra ação na superfície que pretenda controlar e libertar e
    aperfeiçoar a vida da espécie humana." (Sri Aurobindo, Revista
    Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 8.) 
"A maior parte das pessoas vive em sua
    ignorante personalidade exterior comum, que não se abre facilmente ao
    Divino; no entanto há um ser interior dentro delas de que elas não sabem,
    que pode facilmente abrir-se à Verdade e à Luz. Mas existe um muro que as
    isola dele, um muro de escuridão e não-consciência." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 8.) 
"É, de fato, somente através do acordar
    do ser interior e de seu vir para frente que podemos alcançar união com o
    Divino. O homem físico exterior é apenas uma personalidade instrumental e,
    por si mesmo, ele não pode chegar a esta união - ele pode apenas
    experienciar toques ocasionais, sentimentos religiosos, intimações
    imperfeitas. E mesmo estes não vêm da consciência exterior mas do que está
    dentro de nós." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial
    II, abril de 1974, página 8.) 
"Consciência pode subjetivamente
    formular-se como uma consciência física ou vital ou mental ou psíquica - e
    todas estas estão presentes no homem, mas como elas estão todas misturadas
    entre si na consciência externa, com seu real estado atrás no ser interior,
    pode-se ter a plena percepção delas apenas através de uma libertação da
    original intensidade limitadora da consciência que nos faz viver em nosso
    ser externo, e tornar-se desperto e centrado dentro, no ser interior. Como
    a consciência em nós, por sua concentração ou intensidade externa, tem que
    pôr todas estas coisas atrás - atrás de um muro ou véu -, ela tem que
    demolir o muro ou véu e voltar-se em sua intensidade para estas partes
    interiores de existência - é isto que chamamos de viver dentro; então nosso
    ser externo nos parece algo pequeno e superficial, percebemos ou podemos
    perceber o reino amplo e rico e inexaurível em nós." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 8.) 
"Há dois movimentos que se completam
    mutuamente: em um o ser interior vem para frente e imprime suas próprias
    moções normais na consciência exterior, à qual elas são incomuns e
    anormais; o outro é retirar-se da consciência exterior, penetrar dentro dos
    planos interiores, entrar no mundo de seu si interior e acordar nas partes
    escondidas do ser." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno
    Especial II, abril de 1974, página 9.) 
"Quando meditamos tentamos
    introduzir-nos no ser interior. Sentimos o que é agora nossa consciência
    comum ser algo completamente externo e na superfície, não nosso si
    real." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril
    de 1974, página 9.) 
"Quando se vai para dentro da
    consciência interior, ela é sentida como uma pura e calma existência sem
    movimento algum, antes eternamente tranqüila, não-movida e separada da
    natureza exterior. Isso vem como um resultado do desapegar-se dos
    movimentos (da natureza exterior), do distanciar-se deles, e é um
    acontecimento bem importante." (Sri Aurobindo, Revista Ananda,
    Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.) 
"É preciso encontrar nas profundezas de
    seu ser aquilo que contém em si um sentido de universalidade, de expansão
    sem limites, de duração sem interrupção. Então você se descentraliza, se
    espalha, se alarga." (Mira Alfassa "A Mãe", Revista
    Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.) 
"São os limites da consciência que são
    dissolvidos. Neste silêncio, pensamentos podem ceder por um tempo, nada
    pode haver a não ser uma grande liberdade e amplidão sem limites, mas para
    dentro deste silêncio, desta amplidão vazia desce a vasta paz de cima, luz,
    alegria, conhecimento, a Consciência mais alta na qual se sente a unicidade
    do Divino. É o começo da transformação." (Sri Aurobindo, Revista
    Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.) 
"É uma outra consciência com um outro
    conhecimento e maneira de olhar as coisas que começa. Mais tarde esta
    consciência toma posse dos instrumentos, há uma harmonia dela para com o
    sentido e vida (naturais); mas estes também se tornam diferentes, com um
    olhar e perceber mudados, vendo o mundo não mais como antes mas como se
    feito de uma outra substância com um outro significado." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.) 
"A consciência tem que mudar seu centro
    e sua posição estática e dinâmica da superfície para o ser interior; é lá
    que devemos encontrar a fundação para nosso pensamento, vida e ação." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.) 
"Você deve reunir-se dentro mais
    firmemente. Aprenda a viver dentro, a agir sempre de dentro." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.) 
II – DO SER PSÍQUICO E DA ALMA 
"Atrás de nossa mente, de nossa vida,
    de nosso físico consciente há uma imensa consciência subliminar - há
    âmbitos mentais interiores, vitais interiores e físicos mais sutis
    interiores, suportados por uma mais íntima existência psíquica que é a alma
    interligando todo o resto." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno
    Especial II, abril de 1974, página 10.) 
"É essencial ir voltando - para além do
    ser-de-mente, ser-de-vida, ser-de-corpo - ainda mais fundo para dentro, para
    a entidade psíquica mais íntima e mais profunda em nós." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 10.) 
"O psíquico é a alma individual
    suportando de seu lugar atrás do centro-coração a evolução mental, vital,
    física e psíquica do ser na Natureza. Sua realização traz 'bhakti',
    autodoação, entrega, o voltar todos os movimentos em direção a Deus,
    discriminação e escolha de tudo que pertence à Verdade, Bem e Beleza
    Divinos, rejeição de tudo que é falso, mau, feio, discordante, e a união -
    através de amor e simpatia - com toda a existência, abertura à Verdade do
    Si e do Divino." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial
    II, abril de 1974, página 10.) 
"A parte psíquica de nós é algo que vem
    diretamente do Divino e que está em contato com o Divino. Em sua origem o
    psíquico é o núcleo impregnado com possibilidades divinas, suportando esta
    manifestação inferior tripla, de mente, vida e corpo. Há este elemento
    divino em todos os seres vivos, mas ele fica escondido atrás da consciência
    ordinária, primeiro não é desenvolvido e, mesmo quando desenvolvido, não
    está sempre, ou não freqüentemente, na frente; ele se expressa, na
    proporção em que a imperfeição dos instrumentos o permite, através de seus
    meios e sob suas limitações. Ele cresce na consciência através de
    experiências voltadas para Deus, ganhando força cada vez que há um
    movimento mais alto em nós, e, finalmente, pela acumulação destes
    movimentos mais fundos e mais altos, uma individualidade psíquica se
    desenvolve - aquilo que chamamos normalmente o ser psíquico. É sempre este
    ser psíquico que é a causa real, embora muitas vezes secreta, do voltar-se
    do homem para a vida espiritual e sua maior ajuda nela. Por isso ele é
    aquilo que temos que trazer de trás para frente." (Sri Aurobindo,
    Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 11.) 
"O ser psíquico, a personalidade-alma
    em nós, não emerge plenamente crescido e luminoso; ele evolui, passa por um
    desenvolvimento e formação lentos; sua figura de ser pode ser primeiro
    indistinta e pode depois permanecer por um longo tempo fraca e
    não-desenvolvida, não impura mas imperfeita. À medida que a personalidade
    psíquica cresce mais forte, ela começa a aumentar sua comunicação com a
    entidade psíquica atrás dela e a melhorar sua comunicação com a superfície:
    pode transmitir suas intimações à mente e coração e vida com uma pureza e
    força maiores." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial
    II, abril de 1974, página 11.) 
"O que é psíquico no ser é sempre puro,
    por definição, porque é a parte do ser que está em conexão com o Divino e
    que expressa a verdade do ser. Mas isto pode ser como uma faísca na
    escuridão do ser, ou pode ser um ser de luz, consciente, inteiramente
    formado e independente. Há todas as gradações entre os dois." (Mira
    Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de
    1974, página 11.) 
"A verdadeira alma secreta em nós é uma
    chama nascida de dentro do Divino e, habitante luminoso da Ignorância,
    cresce nela até que seja capaz de voltá-la em direção ao Conhecimento. Esta
    velada entidade psíquica é o Testemunho e Controle encobertos, O Guia
    escondido, o 'Daimon' de Sócrates, a luz interior e voz interior do
    místico. É ela que persiste e é imperecível em nós de nascimento a
    nascimento, não tocada por morte, decadência ou corrupção, uma fagulha
    indestrutível do Divino." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno
    Especial II, abril de 1974, página 11.) 
"A alma ou psiquê é imutável apenas no
    sentido de que ela contém todas as possibilidades do Divino dentro de si,
    mas ela tem que evoluí-las; e em sua evolução ela assume a forma de um
    indivíduo psíquico que se desenvolve, evoluindo na Manifestação a
    'Prakriti' (natureza) individual e tomando parte na Evolução, até que seja
    capaz de transformar a 'Prakriti' da Ignorância em uma 'Prakriti' do
    Conhecimento. Este ser psíquico evoluindo não é por isso, em nenhum
    momento, tudo o que a alma ou a existência psíquica essencial carrega
    dentro de si: ele temporiza e individualiza nesta projeção do espírito o
    que é eterno em potencialidade, transcendente em essência." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, páginas
    11-12.) 
"O psíquico é, por sua própria
    natureza, calmo, tranqüilo e luminoso, compreensivo e generoso, amplo e
    progressivo - seu constante esforço é compreender e progredir. O mental
    descreve e explica; o psíquico vê e compreende." (Mira Alfassa,
    "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974,
    página 12.) 
"A aspiração do ser psíquico busca o abrir
    toda a natureza inferior (mente, vital, corpo) ao Divino; busca pelo amor e
    união com o Divino, por sua presença e poder dentro do coração, pela
    transformação da mente, vida e corpo através da descida da consciência mais
    alta para dentro deste ser e natureza instrumental. Quando o psíquico impõe
    sua aspiração à mente, vital e corpo, então eles também aspiram, e é isto
    que se sente como a aspiração do nível do ser inferior." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.) 
"Esta é a função do psíquico: ele tem
    que trabalhar em cada plano no sentido de ajudar a cada um a acordar para a
    verdade e a Realidade Divina." (Sri Aurobindo, Revista Ananda,
    Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.) 
"Lembre-se de sua alma e da aspiração
    dela: o Sol vai nascer, isto é certo." (Mira Alfassa, "A
    Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.) 
"O contato mais íntimo tentado com a
    entidade psíquica atrás da mentalidade vital e física, e uma crescente
    confiança em suas possibilidades, deverá levar à descoberta última de que o
    homem é interiormente uma alma e um poder consciente do Divino, e que a
    evocação deste verdadeiro homem dentro é o objetivo certo da educação e, de
    fato, de toda a vida humana se ela for capaz de encontrar e viver de acordo
    com a verdade escondida e a lei mais funda de seu próprio ser." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.) 
"É sob a influência psíquica que o
    Divino se manifesta no homem, e assim prepara-se o advento da
    super-humanidade. O psíquico é imortal, e é através dele que a imortalidade
    pode se manifestar sobre a terra. Assim, a coisa importante agora é
    encontrar seu psíquico, unir-se a ele, deixa-lo tomar o lugar do ego, que
    será obrigado a se converter ou a desaparecer. Deixe sua alma transformar
    seu ser." (Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno
    Especial II, abril de 1974, página 12.) 
III – REALIZAÇÃO INTERIOR E TRABALHO 
"A alma em nós se desenvolve através da vida e de
    trabalhos." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II,
    abril de 1974, página 13.) 
"Para a descoberta interior o trabalho,
    mesmo manual, é uma coisa indispensável. Se não se trabalha, se não se
    coloca sua consciência na matéria, ela não se desenvolverá jamais. Deixar a
    consciência organizar um pouco de matéria através de seu corpo é muito bom.
    Pôr ordem ao redor de si ajuda a pôr ordem em si." (Mira Alfassa,
    "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974,
    página 13.) 
"Incluir a consciência exterior na
    transformação é de suprema importância - meditação não pode fazer tudo.
    Meditação pode apenas lidar com o ser interior. Assim, trabalho é de
    importância primeira - só que ele deve ser feito com a atitude certa e na
    consciência certa, então ele é tão frutífero como qualquer meditação pode
    ser." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de
    1974, página 13.) 
"Seja qual for o trabalho e a função de
    um homem na vida, ele pode - se o trabalho for determinado de dentro ou se
    lhe for permitido fazer dele uma auto-expressão de sua natureza - torna-lo
    um meio de crescimento e de uma maior perfeição interior." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, páginas
    13-14.) 
"Pois a meditação, a contemplação, a
    União, isto é o resultado obtido, a flor que desabrocha; enquanto que a
    atividade cotidiana é a bigorna sobre a qual se deve passar e repassar
    todos os elementos a fim de que eles sejam amaciados, purificados,
    refinados, tornados maduros para a iluminação que lhes é dada pela
    contemplação. É preciso que todos estes elementos, uns após os outros,
    sejam assim passados no cadinho, antes que a atividade exterior deixe de
    ser uma necessidade para o desenvolvimento integral." (Mira
    Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de
    1974, página 14.) 
"Trabalho pode ser de duas espécies - o
    trabalho que é um campo de experiência usado para uma progressiva
    harmonização e transformação do ser e de suas atividades, e o trabalho que
    é uma expressão realizada do Divino. Mas o tempo para o último pode
    acontecer somente quando a Realização tiver sido plenamente trazida para
    baixo, para dentro da consciência-terra; até então todo trabalho deve ser
    um campo de esforço e uma escola de experiência." (Mira Alfassa,
    "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974,
    página 14.) 
"Você não precisa ficar deprimido com
    relação ao tempo que você dá à ação e ao trabalho criativo. Aqueles que têm
    um vital criador expansivo ou um vital feito para a ação estão comumente em
    sua melhor condição quando o vital não é mantido afastado de seu movimento,
    e eles podem se desenvolver mais rapidamente por meio disto do que através
    de meditação introspectiva. Tudo o que é preciso é que a ação seja
    oferecida de modo que eles possam crescer através dela, cada vez mais
    preparados para sentir e seguir a Força Divina quando ela os move. É um
    erro pensar que viver todo o tempo em meditação introspectiva é
    invariavelmente o caminho melhor ou único." (Sri Aurobindo, Revista
    Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 14.) 
"Para aquietar a mente e ter a
    experiência espiritual é necessário, primeiro, purificar e preparar a
    natureza. Isto leva às vezes muitos anos. Trabalho feito com a atitude
    certa é o meio mais fácil para isto - quer dizer, trabalho feito sem desejo
    ou ego, rejeitando todos os movimentos do desejo, ambição ou ego quando
    vêm, feito como uma oferenda." (Sri Aurobindo, Revista Ananda,
    Caderno Especial II, abril de 1974, página 14.) 
"O que é de importância primeira não é
    o caráter religioso ou não-religioso do trabalho feito, mas a atitude
    interior em que ele é feito. Se a atitude é vital e não psíquica, então
    você se joga para fora de si mesmo no trabalho e perde o contato interior.
    Se ela é psíquica, o contato interior permanece." (Sri Aurobindo,
    Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 14.) 
"Você diz que trabalho abaixa a
    consciência, leva você para fora da consciência interior e para dentro da
    consciência exterior - sim, se você consente em externalizar-se no trabalho
    em vez de fazê-lo de dentro; mas é isto que se tem que aprender a não
    fazer." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril
    de 1974, página 14.) 
"Uma dupla consciência pode se
    desenvolver - uma empenhada no trabalho, uma outra atrás, silenciosa e
    observando ou voltada para o Divino - e esta consciência e aspiração pode
    ser mantida mesmo enquanto a consciência externa esteja voltada para o
    trabalho." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II,
    abril de 1974, página 15.) 
"Antes das coisas se tornarem firmes na
    consciência, o fazer trabalho leva de fato a consciência para fora. Eu
    suponho que é por isso que os Shankaritas* consideravam o trabalho, em sua
    própria natureza, como uma operação da Ignorância e incompatível com uma
    condição de realização (espiritual). Mas na realidade existem aí três
    estágios: 1 - aquele em que o trabalho leva você para uma consciência mais
    baixa, bem como exterior, de modo que você tem depois que reconquistar a
    realização; 2 - aquele em que o trabalho leva você para fora mas a
    realização permanece atrás (ou acima), não percebida enquanto você
    trabalha, mas tão logo o trabalho cessa você a encontra lá, exatamente como
    estava; 3 - aquele em que o trabalho não faz diferença porque a realização
    ou condição espiritual permanece através do próprio trabalho." (Sri
    Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 15.) 
* Shankaritas: seguidores de Shankara,
    pensador indiano que viveu de 788 a 820. Tendo interpretado os Vedas, os
    Sutras e os Upanishad, ele viu como única realidade o Divino absoluto,
    impessoal, avaliando todo o resto como "maya", ilusão,
    ignorância. 
"É um sinal muito bom que, mesmo apesar
    do trabalho intenso, o trabalhar interior tenha permanecido atrás e
    conseguido estabelecer o silêncio. Chega um tempo, afinal, em que a
    consciência e a experiência mais profunda continuam acontecendo, até no
    trabalho intenso e no sono, enquanto fala ou em qualquer espécie de
    atividade." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II,
    abril de 1974, página 15.) 
"Deixe seu trabalho ser sua
    oração." (Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno
    Especial II, abril de 1974, página 15.) 
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