sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Palavras de Sri Aurobino II



Aprender a viver dentro
Sri Aurobindo e Mira Alfassa (“A Mãe”)
"Nosso espírito cansa das superfícies do ser, transcendido é o esplendor da forma; ele se volta para poderes encobertos e estados mais fundos." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 1.)
"É dentro de nós que a Realidade deve ser encontrada e a fonte e fundação de uma vida aperfeiçoada; nenhuma formação exterior pode substituí-la: deve haver o verdadeiro si dentro se é para haver a verdadeira vida realizada no mundo e na Natureza." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 1.)
"Este movimento de ir para dentro e viver dentro é uma tarefa difícil a colocar sobre a consciência normal do ser humano; no entanto não há nenhum outro caminho de autodescoberta." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 1.)
I – A DESCOBERTA DO SER INTERIOR
"A primeira necessidade é a descoberta interior para saber o que se é verdadeiramente atrás das aparências sociais, morais, culturais, raciais, hereditárias. No centro há um ser livre, vasto, conhecedor, que se oferece à nossa descoberta e que deve tornar-se o centro agente de nosso ser, de nossa vida." (Mira Alfassa, “A Mãe”, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 7.)
"Nos homens, diz o Upanishad, o Auto-Existente cortou as portas da consciência abrindo-a para fora, mas uns poucos voltam os olhos para dentro e são estes que vêem e conhecem o Espírito e desenvolvem o ser espiritual." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, páginas 7 e 8.)
"Fica evidente que o que conhecemos de nós próprios, nossa presente existência consciente, é apenas uma formação representativa, uma atividade superficial, um resultado externo em mudança, de uma vasta massa de existência oculta. Nossa vida visível e as ações desta vida não são mais que uma série de expressões significativas, mas aquilo que ela tenta expressar não está na superfície; nossa existência é algo bem maior que este ser frontal aparente que nós mesmos supomos ser e que oferecemos ao mundo em volta de nós. Este ser frontal e externo é um amálgama confuso de formações da mente, movimentos da vida, funcionamentos físicos, e mesmo uma análise exaustiva e ordenadora de suas partes componentes e mecanismo falha em revelar o segredo inteiro. É somente quando vamos atrás, abaixo, acima, penetrando as extensões escondidas de nosso ser, que podemos conhecê-lo; a mais cuidadosa e aguda investigação e manipulação de superfície não pode nos dar o entendimento verdadeiro ou o controle completamente efetivo de nossa vida, de seus propósitos, suas atividades; e de fato, essa inabilidade é a causa do falhar da razão, da moralidade e de toda outra ação na superfície que pretenda controlar e libertar e aperfeiçoar a vida da espécie humana." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 8.)
"A maior parte das pessoas vive em sua ignorante personalidade exterior comum, que não se abre facilmente ao Divino; no entanto há um ser interior dentro delas de que elas não sabem, que pode facilmente abrir-se à Verdade e à Luz. Mas existe um muro que as isola dele, um muro de escuridão e não-consciência." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 8.)
"É, de fato, somente através do acordar do ser interior e de seu vir para frente que podemos alcançar união com o Divino. O homem físico exterior é apenas uma personalidade instrumental e, por si mesmo, ele não pode chegar a esta união - ele pode apenas experienciar toques ocasionais, sentimentos religiosos, intimações imperfeitas. E mesmo estes não vêm da consciência exterior mas do que está dentro de nós." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 8.)
"Consciência pode subjetivamente formular-se como uma consciência física ou vital ou mental ou psíquica - e todas estas estão presentes no homem, mas como elas estão todas misturadas entre si na consciência externa, com seu real estado atrás no ser interior, pode-se ter a plena percepção delas apenas através de uma libertação da original intensidade limitadora da consciência que nos faz viver em nosso ser externo, e tornar-se desperto e centrado dentro, no ser interior. Como a consciência em nós, por sua concentração ou intensidade externa, tem que pôr todas estas coisas atrás - atrás de um muro ou véu -, ela tem que demolir o muro ou véu e voltar-se em sua intensidade para estas partes interiores de existência - é isto que chamamos de viver dentro; então nosso ser externo nos parece algo pequeno e superficial, percebemos ou podemos perceber o reino amplo e rico e inexaurível em nós." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 8.)
"Há dois movimentos que se completam mutuamente: em um o ser interior vem para frente e imprime suas próprias moções normais na consciência exterior, à qual elas são incomuns e anormais; o outro é retirar-se da consciência exterior, penetrar dentro dos planos interiores, entrar no mundo de seu si interior e acordar nas partes escondidas do ser." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.)
"Quando meditamos tentamos introduzir-nos no ser interior. Sentimos o que é agora nossa consciência comum ser algo completamente externo e na superfície, não nosso si real." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.)
"Quando se vai para dentro da consciência interior, ela é sentida como uma pura e calma existência sem movimento algum, antes eternamente tranqüila, não-movida e separada da natureza exterior. Isso vem como um resultado do desapegar-se dos movimentos (da natureza exterior), do distanciar-se deles, e é um acontecimento bem importante." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.)
"É preciso encontrar nas profundezas de seu ser aquilo que contém em si um sentido de universalidade, de expansão sem limites, de duração sem interrupção. Então você se descentraliza, se espalha, se alarga." (Mira Alfassa "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.)
"São os limites da consciência que são dissolvidos. Neste silêncio, pensamentos podem ceder por um tempo, nada pode haver a não ser uma grande liberdade e amplidão sem limites, mas para dentro deste silêncio, desta amplidão vazia desce a vasta paz de cima, luz, alegria, conhecimento, a Consciência mais alta na qual se sente a unicidade do Divino. É o começo da transformação." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.)
"É uma outra consciência com um outro conhecimento e maneira de olhar as coisas que começa. Mais tarde esta consciência toma posse dos instrumentos, há uma harmonia dela para com o sentido e vida (naturais); mas estes também se tornam diferentes, com um olhar e perceber mudados, vendo o mundo não mais como antes mas como se feito de uma outra substância com um outro significado." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.)
"A consciência tem que mudar seu centro e sua posição estática e dinâmica da superfície para o ser interior; é lá que devemos encontrar a fundação para nosso pensamento, vida e ação." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.)
"Você deve reunir-se dentro mais firmemente. Aprenda a viver dentro, a agir sempre de dentro." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 9.)
II – DO SER PSÍQUICO E DA ALMA
"Atrás de nossa mente, de nossa vida, de nosso físico consciente há uma imensa consciência subliminar - há âmbitos mentais interiores, vitais interiores e físicos mais sutis interiores, suportados por uma mais íntima existência psíquica que é a alma interligando todo o resto." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 10.)
"É essencial ir voltando - para além do ser-de-mente, ser-de-vida, ser-de-corpo - ainda mais fundo para dentro, para a entidade psíquica mais íntima e mais profunda em nós." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 10.)
"O psíquico é a alma individual suportando de seu lugar atrás do centro-coração a evolução mental, vital, física e psíquica do ser na Natureza. Sua realização traz 'bhakti', autodoação, entrega, o voltar todos os movimentos em direção a Deus, discriminação e escolha de tudo que pertence à Verdade, Bem e Beleza Divinos, rejeição de tudo que é falso, mau, feio, discordante, e a união - através de amor e simpatia - com toda a existência, abertura à Verdade do Si e do Divino." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 10.)
"A parte psíquica de nós é algo que vem diretamente do Divino e que está em contato com o Divino. Em sua origem o psíquico é o núcleo impregnado com possibilidades divinas, suportando esta manifestação inferior tripla, de mente, vida e corpo. Há este elemento divino em todos os seres vivos, mas ele fica escondido atrás da consciência ordinária, primeiro não é desenvolvido e, mesmo quando desenvolvido, não está sempre, ou não freqüentemente, na frente; ele se expressa, na proporção em que a imperfeição dos instrumentos o permite, através de seus meios e sob suas limitações. Ele cresce na consciência através de experiências voltadas para Deus, ganhando força cada vez que há um movimento mais alto em nós, e, finalmente, pela acumulação destes movimentos mais fundos e mais altos, uma individualidade psíquica se desenvolve - aquilo que chamamos normalmente o ser psíquico. É sempre este ser psíquico que é a causa real, embora muitas vezes secreta, do voltar-se do homem para a vida espiritual e sua maior ajuda nela. Por isso ele é aquilo que temos que trazer de trás para frente." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 11.)
"O ser psíquico, a personalidade-alma em nós, não emerge plenamente crescido e luminoso; ele evolui, passa por um desenvolvimento e formação lentos; sua figura de ser pode ser primeiro indistinta e pode depois permanecer por um longo tempo fraca e não-desenvolvida, não impura mas imperfeita. À medida que a personalidade psíquica cresce mais forte, ela começa a aumentar sua comunicação com a entidade psíquica atrás dela e a melhorar sua comunicação com a superfície: pode transmitir suas intimações à mente e coração e vida com uma pureza e força maiores." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 11.)
"O que é psíquico no ser é sempre puro, por definição, porque é a parte do ser que está em conexão com o Divino e que expressa a verdade do ser. Mas isto pode ser como uma faísca na escuridão do ser, ou pode ser um ser de luz, consciente, inteiramente formado e independente. Há todas as gradações entre os dois." (Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 11.)
"A verdadeira alma secreta em nós é uma chama nascida de dentro do Divino e, habitante luminoso da Ignorância, cresce nela até que seja capaz de voltá-la em direção ao Conhecimento. Esta velada entidade psíquica é o Testemunho e Controle encobertos, O Guia escondido, o 'Daimon' de Sócrates, a luz interior e voz interior do místico. É ela que persiste e é imperecível em nós de nascimento a nascimento, não tocada por morte, decadência ou corrupção, uma fagulha indestrutível do Divino." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 11.)
"A alma ou psiquê é imutável apenas no sentido de que ela contém todas as possibilidades do Divino dentro de si, mas ela tem que evoluí-las; e em sua evolução ela assume a forma de um indivíduo psíquico que se desenvolve, evoluindo na Manifestação a 'Prakriti' (natureza) individual e tomando parte na Evolução, até que seja capaz de transformar a 'Prakriti' da Ignorância em uma 'Prakriti' do Conhecimento. Este ser psíquico evoluindo não é por isso, em nenhum momento, tudo o que a alma ou a existência psíquica essencial carrega dentro de si: ele temporiza e individualiza nesta projeção do espírito o que é eterno em potencialidade, transcendente em essência." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, páginas 11-12.)
"O psíquico é, por sua própria natureza, calmo, tranqüilo e luminoso, compreensivo e generoso, amplo e progressivo - seu constante esforço é compreender e progredir. O mental descreve e explica; o psíquico vê e compreende." (Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.)
"A aspiração do ser psíquico busca o abrir toda a natureza inferior (mente, vital, corpo) ao Divino; busca pelo amor e união com o Divino, por sua presença e poder dentro do coração, pela transformação da mente, vida e corpo através da descida da consciência mais alta para dentro deste ser e natureza instrumental. Quando o psíquico impõe sua aspiração à mente, vital e corpo, então eles também aspiram, e é isto que se sente como a aspiração do nível do ser inferior." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.)
"Esta é a função do psíquico: ele tem que trabalhar em cada plano no sentido de ajudar a cada um a acordar para a verdade e a Realidade Divina." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.)
"Lembre-se de sua alma e da aspiração dela: o Sol vai nascer, isto é certo." (Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.)
"O contato mais íntimo tentado com a entidade psíquica atrás da mentalidade vital e física, e uma crescente confiança em suas possibilidades, deverá levar à descoberta última de que o homem é interiormente uma alma e um poder consciente do Divino, e que a evocação deste verdadeiro homem dentro é o objetivo certo da educação e, de fato, de toda a vida humana se ela for capaz de encontrar e viver de acordo com a verdade escondida e a lei mais funda de seu próprio ser." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.)
"É sob a influência psíquica que o Divino se manifesta no homem, e assim prepara-se o advento da super-humanidade. O psíquico é imortal, e é através dele que a imortalidade pode se manifestar sobre a terra. Assim, a coisa importante agora é encontrar seu psíquico, unir-se a ele, deixa-lo tomar o lugar do ego, que será obrigado a se converter ou a desaparecer. Deixe sua alma transformar seu ser." (Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 12.)
III – REALIZAÇÃO INTERIOR E TRABALHO
"A alma em nós se desenvolve através da vida e de trabalhos." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 13.)
"Para a descoberta interior o trabalho, mesmo manual, é uma coisa indispensável. Se não se trabalha, se não se coloca sua consciência na matéria, ela não se desenvolverá jamais. Deixar a consciência organizar um pouco de matéria através de seu corpo é muito bom. Pôr ordem ao redor de si ajuda a pôr ordem em si." (Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 13.)
"Incluir a consciência exterior na transformação é de suprema importância - meditação não pode fazer tudo. Meditação pode apenas lidar com o ser interior. Assim, trabalho é de importância primeira - só que ele deve ser feito com a atitude certa e na consciência certa, então ele é tão frutífero como qualquer meditação pode ser." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 13.)
"Seja qual for o trabalho e a função de um homem na vida, ele pode - se o trabalho for determinado de dentro ou se lhe for permitido fazer dele uma auto-expressão de sua natureza - torna-lo um meio de crescimento e de uma maior perfeição interior." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, páginas 13-14.)
"Pois a meditação, a contemplação, a União, isto é o resultado obtido, a flor que desabrocha; enquanto que a atividade cotidiana é a bigorna sobre a qual se deve passar e repassar todos os elementos a fim de que eles sejam amaciados, purificados, refinados, tornados maduros para a iluminação que lhes é dada pela contemplação. É preciso que todos estes elementos, uns após os outros, sejam assim passados no cadinho, antes que a atividade exterior deixe de ser uma necessidade para o desenvolvimento integral." (Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 14.)
"Trabalho pode ser de duas espécies - o trabalho que é um campo de experiência usado para uma progressiva harmonização e transformação do ser e de suas atividades, e o trabalho que é uma expressão realizada do Divino. Mas o tempo para o último pode acontecer somente quando a Realização tiver sido plenamente trazida para baixo, para dentro da consciência-terra; até então todo trabalho deve ser um campo de esforço e uma escola de experiência." (Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 14.)
"Você não precisa ficar deprimido com relação ao tempo que você dá à ação e ao trabalho criativo. Aqueles que têm um vital criador expansivo ou um vital feito para a ação estão comumente em sua melhor condição quando o vital não é mantido afastado de seu movimento, e eles podem se desenvolver mais rapidamente por meio disto do que através de meditação introspectiva. Tudo o que é preciso é que a ação seja oferecida de modo que eles possam crescer através dela, cada vez mais preparados para sentir e seguir a Força Divina quando ela os move. É um erro pensar que viver todo o tempo em meditação introspectiva é invariavelmente o caminho melhor ou único." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 14.)
"Para aquietar a mente e ter a experiência espiritual é necessário, primeiro, purificar e preparar a natureza. Isto leva às vezes muitos anos. Trabalho feito com a atitude certa é o meio mais fácil para isto - quer dizer, trabalho feito sem desejo ou ego, rejeitando todos os movimentos do desejo, ambição ou ego quando vêm, feito como uma oferenda." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 14.)
"O que é de importância primeira não é o caráter religioso ou não-religioso do trabalho feito, mas a atitude interior em que ele é feito. Se a atitude é vital e não psíquica, então você se joga para fora de si mesmo no trabalho e perde o contato interior. Se ela é psíquica, o contato interior permanece." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 14.)
"Você diz que trabalho abaixa a consciência, leva você para fora da consciência interior e para dentro da consciência exterior - sim, se você consente em externalizar-se no trabalho em vez de fazê-lo de dentro; mas é isto que se tem que aprender a não fazer." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 14.)
"Uma dupla consciência pode se desenvolver - uma empenhada no trabalho, uma outra atrás, silenciosa e observando ou voltada para o Divino - e esta consciência e aspiração pode ser mantida mesmo enquanto a consciência externa esteja voltada para o trabalho." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 15.)
"Antes das coisas se tornarem firmes na consciência, o fazer trabalho leva de fato a consciência para fora. Eu suponho que é por isso que os Shankaritas* consideravam o trabalho, em sua própria natureza, como uma operação da Ignorância e incompatível com uma condição de realização (espiritual). Mas na realidade existem aí três estágios: 1 - aquele em que o trabalho leva você para uma consciência mais baixa, bem como exterior, de modo que você tem depois que reconquistar a realização; 2 - aquele em que o trabalho leva você para fora mas a realização permanece atrás (ou acima), não percebida enquanto você trabalha, mas tão logo o trabalho cessa você a encontra lá, exatamente como estava; 3 - aquele em que o trabalho não faz diferença porque a realização ou condição espiritual permanece através do próprio trabalho." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 15.)
* Shankaritas: seguidores de Shankara, pensador indiano que viveu de 788 a 820. Tendo interpretado os Vedas, os Sutras e os Upanishad, ele viu como única realidade o Divino absoluto, impessoal, avaliando todo o resto como "maya", ilusão, ignorância.
"É um sinal muito bom que, mesmo apesar do trabalho intenso, o trabalhar interior tenha permanecido atrás e conseguido estabelecer o silêncio. Chega um tempo, afinal, em que a consciência e a experiência mais profunda continuam acontecendo, até no trabalho intenso e no sono, enquanto fala ou em qualquer espécie de atividade." (Sri Aurobindo, Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 15.)
"Deixe seu trabalho ser sua oração." (Mira Alfassa, "A Mãe", Revista Ananda, Caderno Especial II, abril de 1974, página 15.)
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