segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Uma Conversa com Ramana Maharishi III - trad. Kenner Garcia

Conversa com Ramana Maharishi – Segunda parte
Você viu Deus?- Eu perguntei. E se vc O viu poderia me possibilitar a visão Dele?
Eu estou disposta a pagar qualquer preço ate a a minha vida. Mas a sua parte no negocio é que vc tem que me mostrara Deus.
Não. – Ele respondeu. Eu não vi Deus e não posso te possibilitar a visão de Deus pois Deus não é um objeto que pode ser visto. Deus é o sujeito. Ele é o observador. Não se ocupe com  objetos que podem ser vistos. Descubra quem é o observador.
Então ele acrescentou - Você sozinha é Deus. Ele disse isso como se estivesse me chamando a atenção por buscar um Deus que estivesse fora de mim e fosse separado de mim.
Ao concluir a sua fala ele olhou para mim e na medida em que ele olhava nos meus olhos todo o meu corpo começou a tremer e sacudir. Uma corrente de energia nervosa percorreu o meu corpo. Minhas extremidades nervosas pareciam que estavam dançando e o meu cabelo ficou em pé. Dentro de mim eu tomei consciência do meu coração espiritual. Não é o coração físico mas sim a fonte e o apoio de tudo que existe. Dentro desse coração eu vi ou senti algo como um botão ( de flor )fechado. Era muito brilhante e azulado. Com o Maharishi me olhando e nnum estado de silêncio interior eu senti esse botão abrir e desabrochar. Eu digo botão mas não é uma descrição exata. Seria mais correto dizer que algo semelhante a um botão abriu e desabrochou dentro de mim no coração. E quando digo coração não significa que esse desabrochar fosse localizado no corpo, no coração. Nesse coração do meu coração.Nao estava nem dentro do corpo nem fora dele. Eu não consigo dar uma descrição mais exata do que aconteceu.
A Pedra fundamental do ensinamento de Ramana Maharishi é o auto- questionamento / auto-investigacao ou Atmavishara. Seu infalível e direto caminho para a auto-realizacao. Isso aliado a total entrega devocional a Deus, o Self ou o Guru. Em linhas gerais o Maharishi nos diz que o Self imortal ou Satchitananda ou pura existência, conhecimento, consciência e enlevo já está lá inerente a cada um de nós. A dificuldade é que nós não reconhecemos a nossa verdadeira natureza ou a essência Eu sou ( I amness ) porque está velada pelas muitas tendências latentes da mente egocêntrica que agem como um espelho que projeta um sonho do mundo, do corpo, da mente. Nossa identificação com o corpo e com a mente é a principal razão para o nosso fracasso em nos conhecermos como realmente somos.
Atraves de persistente auto-questionamento, devoção e entrega da mente egocêntrica a Deus ou ao Satguru no coração espiritual, esse obscurecimento e essa identificação é gradativamente e graciosamente são removidos até o Self imortal se realizar. Esse é o poder total da consciência absoluta e é conhecido. O mundo é visto como sendo real porque percebe se que o substrato é Brahama.

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